sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

ROTEIRO/STORYLINE - O NASCIMENTO DE MAXIMUS

CENA 1 - Interna - Trailler do Maximus
Subjetiva de Maximus olhando na parede sua foto de infância, no colo de sua mãe. Close de Máxima (a mulher mais forte do mundo) segurando a filho recém nascido durante campeonato de levantamento de peso.

CENA 2 - Externa - Cidade fantasma no passado - flashback
Plano médio de Maxima caminhando pela cidade. Feirantes na rua, pessoas vendendo frutas, roupas - trocando. A cidade é viva, as pessoas caminham, comem, conversa. Maxima é jovem, gorducha, leve bigode português, colã e tênis e munhequeira. Meio desastrada,  derruba algumas coisas ao passar e recoloca no lugar. Troca sua munhequeira por um cacho imenso de bananas (tipo um pedaço de bananeira). Enquanto descasca uma banana, observa ao longe a lona circo (subjetiva).

CENA 3 - Externa - Circo - flashback
Panorâmica do circo no passado. Há somente a lona e traillers.

CENA 4 - Externa - Cidade/circo (caminho) - flashback
Panorâmica de Barbara caminhando rumo ao circo com um cacho de bananas comendo uma banana. Luzes tecnicolor circundam o circo. Maxima está encantada, como se estivesse sido atraída pela mágica do circo.

CENA 5 - Externa - Circo - flashback
Na entrada do circo, um cartaz de Bipo. Em subjetiva, Máxima visualiza a imagem e conseguintes feixes de luz (preto branco amarelo vermelho) vindos de dentro do trailler de Bipo. Bipo fala com voz em OFF com Máxima (transmissão de pensamento/telepatia).

CENA 6 - Interna - trailler do Bipo - flashback
Máxima caminha em direção a tenda Bipo. Parece tranquila ou graciosamente hipnotizada. Deixa a penca de bananas cair no chão e entra na tenda tecnolor.

CENA 7 - Externa - cidade - flashback
Máxima está numa fila ao lado de homens muito fortes/alterofilistas. Todos irão se inscrever para o campeonato de levantamento de pesos. É a única mulher. Close de Maxima preenchendo uma ficha. Há um homem sentando recolhendo os papeis. Quando Maxima entrega sua ficha, este homem a olha com desconfiança. Cartazes circulam pela cidade divulgando a competição de levantamento de pesos.  "IMPERDÍVEL/INCRÍVEL/VENHAM CONFERIR O HOMEM MAIS FORTE DO MUNDO".
CENA 8 - Interna - Campeonato de alterofilismo - flashback (nascimento de Maximus)
No campeonato, três competidores chegam a final. Máxima é a única mulher do local, entre dois homens musculosos. Nos bastidores do campeonato. Subjetiva de Maxima olhando o músculo de sua barriga contraindo. Maxima está se alongando, preparando para entrar na competição. Disfarçadamente  vai para um canto, tira o espelho do bolso.

CENA 9 - Interna - cabine do Bipo - passado - flashback
Plano médio de Maxima e Bipo no antigo trailler de Bipo - já com muitos espelhos. Bipo retira um pedaço do espelho e a entrega. Maxima coloca no bolso.
BIPO
Quando precisar de uma resposta, olhe no espelho.
MAXIMA (olhando no espelho)
Eu quero ser a mulher mais forte do mundo!
Maxima sai do trailer confiante e volta para a cidade.
CENA 10 - Externa - cidade - passado - flashback
Máxima passeia pelas ruas com o cacho de bananas em uma das mãos e o espelho em e outra - de vez em quando dá uma olhada. Close do espelho emite uma luz iridescente e volta ao formato espelho.Maxim Desta vez parece conferir algo nas laterais da face, imperfeições, dá mais uma piscada. Resolve comer outra banana. Na terceira olhada fixa-se bem na pupila dos olhos – arregala-os.

CENA 11 - Interna - Campeonato de alterofilismo - flashback (nascimento de Maximus)
Público está ansioso a espera da final da competição. Os três competidores se preparam para entrar no palco (alongam-se, se exibem olhando no espelho). Maxima tira o espelho magico de Bipo do bolso e vê tudo embaçado. Maxima entra no palco e suas contrações abdominais são visíveis. Ao sinal, os três tentam levantar o peso ao mesmo tempo. Máxima faz caras bizarras e se espreme ao máximo para levantar a barra. Com muita força, consegue levantar a barra até o meio. Se concentra e ergue a barra – e permanece por cerca de 5 segundos com a barra levantada (tempo necessário para vencer a competição). Faz uma cara de riso e choro ao mesmo tempo olhando para o público que está frenético - gritando, de repente olham todos abismados, assustados.

Plano médio de Maxima agachando novamente para deixar a barra no chão, com cuidado. Ao olhar para o chão, vê Maximus movimentando os pezinhos e dando risinhos. Ele já nasceu com uma roupinha similar a sua. Máxima olha para Máximo e com orgulho exibe seu maior troféu.

ROTEIRO/STORYLINE - ONDE ESTÁ MEU ANEL?

CENA 1 - Externa - Cidade dos sonhos
Panorâmica da cidade acendendo e apagando a luz -  holofote da luz do anel de Bipo, a luz aparece e desaparece iluminando a cidade.

SIDNEY
Esta é a Cidade dos sonhos, onde podemos fazer o que quisermos, até mesmo voar. No entanto, temos que lidar com nossos maiores temores, nossos medos, nossa sombra..

CENA 2 - Interna - Trailler do Bipo
Bipo olhando nos espelhos. Em cada espelho, fala em uma frequência. Liga o rádio, ouve alguns comentários sobre a cidade.

BIPO (olhando para o espelho)
Você não entendeu que não estamos aqui só por causa do seu anel?

BIPO (outro espelho fala)
Por que motivo?

BIPO (outro espelho fala)
Estamos em busca da luz, de onde quer que ela venha!

BIPO (outro espelho/ face/ fala)
Se o circo pegar fogo, nós salvaremos o fogo.

BIPO (outro espelho/ face/ fala)
Eu anseio pela luz nessa escuridão...

Bipo olha para a conferência de espelhos e vai se retirando. Close de Bipo olhando nos bastidores.

BIPO
Cadê a Bárbara?

CENA 3 - Externa - Caminho para a cidade fantasma
Bárbara está sendo atraída para a cidade fantasma - está sonâmbula, como um titera.

CENA 4 - Interna - Trailler do Bipo
Subjetiva de Bipo vendo Bárbara fazendo o caminho entre as colinas para a Cidade dos sonhos.

CENA 5 - Interna - Casa de  Bárbara - flashback
Plano médio de Bárbara entrando na máquina do tempo. Barbara está brincando com um bichinho de pelúcia/unicórnio. Plano médio de Barbara e sua mãe.

BARBARA
Olha só, mamãe, nasceu um pelinho no meu rosto!

MÃE
Mas isso é um pelo?
BARBARA (fazendo títere com a barba)
Talvez? Isso é um pelo? É meu queixo oras?
Isso é uma corda na verdade. Corda de puxar o queixo.

CENA 6 - Interna - Trailler do Bipo
Bipo sentado de frente aos espelhos.

BIPO (espelho fala)
Ele não sabe onde está o anel.

BIPO (OUTRO ESPELHO FALA)
Cara, já tá passando muito tempo. Tem que achar essa parada.

CENA 7 - Externa - Cidade dos sonhos
Um meteoro cruza o céus e faz um clarão na cidade.

CENA 8 - Interna - Trailler do Bipo
Bipo
BIPO (outro espelho/ face/ fala)
O anel é seu guia?

CENA 9 - Interna - circo - flashback Zé
Zé está passando um pó branco na cara. Metade está preta, metade branca.

OFF (voz)
Você precisa sentir dor para as pessoas rirem de você.


Zé está no palco (harlequim) e o público vaia - joga tomates. Ele tira uma cabecinha de suas costas e coloca num pau - que forma um chocalho falante. A cabecinha começa a falar com ele.

Chocalho falante
Então, cadê a palhaçada?
Já te falei que você precisa sentir dor para o públcio gostar de você.


CENA 10 - Externa - bastidores do circo
No quintal, a avestruz Mirtes está comendo tudo que vê pela frente - os cartazes, a grama, um pneu.
CENA 11 - Interna - Trailler do Bipo
Subjetiva de Bipo  acordando e vendo Zé desmontar a lona circo. O anel está no seu dedo.

BIPO
Que ce tá fazendo, Zé?

CENA 12 - Interna - Trailler do Zé
Plano médio de Zé deitado no chão de palha - como se estivesse pairando sobre um colchão de agulhas (sugestão/não mostrar). Close do rosto de Zé com os olhos fechados. Sua face está relaxada, seus olhos estão fechados e sua boca está com um leve sorriso no rosto. Infere-se que está meditando - pensando para onde deveriam ir. Há um pequeno olho brilhoso no meio da testa (como se estivesse com o terceiro olho ativado). Subjetiva de Zé de óculos 3d.

CENA 13 - Externa - Morro com vistas à cidade fantasma
Panorâmica de Zé de costas sentado meditando contra o sol num morro olhando a cidade fantasma (viva, multicolorida). Subjetiva dele se vendo com deus hindu Shiva e seus vários olhos e braços se movimentando em luz completa no meio do céu. Close de Zé de olhos abertos arregalados.

Eureka! O Bipo precisa saber disso!

Plano médio de Zé correndo de volta para o Circo.

CENA 14 -  Externa - Circo
Plano médio de Zé na porta do trailler de Bárbara. Bate na porta mas ela não responde. Após rodar todo os bastidores do circo em busca de Bipo e Bárbara, volta caminhando para a cidade.

CENA 15 - Externa - Morro com vistas à cidade fantasma  
De óculos 3D, Zé passa pelo morro com vistas a cidade fantasma, e no caminho encontra Maximus lendo um livro.

CENA 16 - Interna - Trailler do Bipo
Bipo está deitado em sua cama dormindo, mas se movimenta muito. Espiral para entrada no sonho.

CENA 17 - Externa - bastidores do circo (sonho/Bipo)

Subjetiva de Bipo de pé em seu trailler, na janela, olhando Zé desmontar a lona circo - Zé está com o anel. Zé está com um grande sorriso no rosto, satisfeito. Bipo começa a gravar a cena de seu trailler.

ROTEIRO/STORYLINE - A CIDADE FANTASMA

STORYLINE

CENA 1 - Externa - A cidade fantasma
Panorâmica superior da cidade fantasma no meio do vale. Há interferências na rede de luz e fumaça no ar. Plano médio de destroços: roda gigante incendiada, cemitério de automóveis, poços de petróleo borbulhante - letreiros eletrônicos tecnicolor ainda permanecem acesos, com interferências. Há um pássaro sujo de óleo em cima de um letreiro, olhando para o horizonte.

CENA 2 - Interna - Trailler do Bipo
Close de Bipo em frente ao espelho. Ele sintoniza algumas frequências mas não capta nenhum canal; em seus olhos banda colorida (color sistem TV).

CENA 3 - Externa - Bastidores do circo
Plano médio de Maximus carregando madeiras/ lonas enquanto lê um livro e come. Zé está afiando as espadas/facas.

CENA 4 -  Interna - Trailler do Bipo
Plano médio de Bipo sentando em frente ao espelho - faz screen tests/ chamadas para a TV chamando o público para o grande espetáculo. Como se estivesse falando com o público pela câmera. A câmera continua gravando e ele começa a falar com Máximos e Zé - sai do Trailler. Subjetiva de Bipo olhando para Zé e Maximus.

CENA 5 - Externa - Bastidores do circo
Plano médio de Bipo, Zé e Maximus conversando.

CENA 6 - Externa - Cidade fantasma
Plano médio de Zé e Maximus caminhando pela cidade fantasma. Tudo está fechado e em silêncio - não há ninguém na rua. Há varias farmácias/drogarias. Letreiros eletrônicos ainda estão ligados - propagandas de produtos. Zé e Máximus escutam a melodia de um piano, buscam de onde vem a linda música (Chopin?). Subjetiva dos dois olhando para uma casa.

CENA  7 - Externa - Casa de Bárbara
Panorâmica da casa de Bárbara.

CENA 8 - Interna - Casa de Bárbara
Close de Bárbara sentada ao piano tocando uma doce melodia. Nas paredes, fotos do passado (com sua mãe e pai); também portraits onde ela esconde seu queixo. A suave doce melodia começa a ficar mais intensa. Plano médio de Bárbara de costas tocando o piano com fúria - a melodia fica mais pesada e rápida.

CENA 9 - Externa - Casa fantasma
Subjetiva Zé e Maximus a observando Bárbara ao piano, de fora da casa. Os dois a observam atentamente e infere-se que ela está como um títere (como se estivesse hipnotizada) sentada a mesa posta para três pessoas. Cordas vindas do teto puxam seus braços.

CENA 10 - Interna - Bastidores do circo
Plano médio de Zé, Maximus e Bipo conversando. Sidney se aproxima com uma ideia.

CENA 11 - Interna - trailler do Sidney
Plano médio de Sidney animado em sua cozinha altamente equipada batendo um bolo multicolorido.

CENA 12 - Interna - Trailler do Bipo
Bipo está de fronte aos espelhos/câmera continua gravando vídeos/screentests. As vezes o deixa o REC ligado enquanto busca por algo. Subjetiva de Bipo olhando embaixo da cama, atrás do espelho.

CENA 13  - Externa - Casa de Bárbara
Plano médio de Zé, Maximus e Sidney chegando com o bolinho multicolorido para visitar Bárbara.

CENA 14 - Interna - Casa de Bárbara
Plano médio de Bárbara caminhando pela casa como um zumbi. Ela está catatônica, usando uma máscara. Subjetiva de Bárbara vendo Zé, Maximus e Sidney se aproximando.

CENA 15 - Interna - Casa de Bárbara
Plano médio de Zé, Maximus e Sidney chegando com o bolinho. Eles tocam a campanhia/batem a porta. Silêncio. Tocam novamente e ouvem passos. Bárbara os recebe catatônica (está hipnotizada?) e os convida para entrar. Subjetiva de Zé, Maximus e Sidney observando desconfiados a casa. Não há mais ninguém no local, no entanto estão sentindo a presença de fantasmas. Um vulto atravessa correndo a sala; um copo estoura, quadros viram. Bárbara segue catatônica.

CENA 16 - Externa - bastidores do circo
Bipo caminha loucamente pelos arredores. Subjetiva de Bipo procurando embaixo do tapete, revirando os bolsos. Flashbacks: Bipo panfletando na cidade fantasma, Bipo vagando sonâmbulo nos arredores do circo. Bipo olhando no espelho e uma luz acende acima da sua cabeça.

CENA 17 - Interna - casa de Bárbara
Plano médio de Zé caminhando pela casa. Observa os detalhes, fotos antigas, objetos. O bolinho está em cima da mesa. Close de Zé olhando uma foto onde está Bárbara, seu pai e sua mãe. Bárbara está sentada num sofá de três lugares - no meio.

CENA 18 - Interna - trailler do Bipo - Flashback
Plano médio de Bipo e Bárbara se olhando no espelho. Bipo está com seu anel.

CENA 19 - Interna - casa de Bárbara
Plano médio de Bárbara indo para a cozinha. Pega pratos e talheres, segue catatônica. Zé, Maximus e Sidney estão sentados tremendo - sentindo os ventos fantasmagóricos. Bárbara coloca a mesa para os três e mais três pratos - para seus pais. Todos sentam e comem.

CENA 20 - Interna - trailler do Bipo - Flashback
Plano médio de Bipo mostrando o espelho a Barbara. No espelho, Bárbara vê detalhes do seu rosto: olho, nariz, queixo - neste último um bandaid.

CENA 21`- Interna - Casa de Bárbara
Plano médio de Bárbara voltando para a cozinha com um prato sujo na mão - passa pelo espelho e pára em frente, com os olhos vidrados. Barbara atravessa o espelho, entra num redemoinho de tempo e vai parar no circo.

CENA 21 - Interna - trailler do Bipo
Plano médio de Bipo e Bárbara estão se maquiando em frente ao espelho. Close da barbinha de Bárbara. Os dois sorriem.

BIPO
Acho melhor você não voltar lá!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Longline

Após reunir um grupo de duvidosos talentos do circo, e acionar a Caravana-Casa com seus poderes especiais ainda pouco explorados, um mágico bipolar percorrerá cidades manipuladas por bizarras ditaduras midiáticas com o pequeno show de excentricidades da vida familiar.

Magia como arte (e o uso publicitário do xamanismo), por Allan Moore

"Em meu quadragésimo aniversário, em vez de aborrecer meus amigos com algo tão mundano como uma crise da meia idade, eu decidi que seria muito mais interessante aterrorizá-los ficando totalmente louco me autoproclamando um mago. Isto era algo que vinha se desenvolvendo há algum tempo e que parecia ser um passo lógico na minha carreira de escritor.
O problema é que com a magia – que é em muitos aspectos uma ciência da linguagem – você tem de ser muito cuidadoso com o que diz. Porque se repentinamente declara a si mesmo como um mago, sem ter o conhecimento que isto implica, é provável que um dia você desperte e descubra que isso é exatamente o que você é.
Existe alguma confusão a respeito do que a magia é realmente. Penso que isto pode ser elucidado se você apenas olhar as mais velhas descrições de magia. Magia na sua forma mais antiga é referida como "A Arte". Creio que isto seja completamente literal. Creio que a magia é arte, e que essa arte – seja a escrita, a música, a escultura ou qualquer outra forma – é literalmente magia.
A arte é, como a magia, a ciência de manipular símbolos, palavras ou imagens para operar mudanças de consciência. A verdadeira linguagem da magia trata tanto da escrita como de arte e também sobre efeitos sobrenaturais. Um grimório, por exemplo, um livro de feitiços, é um modo extravagante de falar de gramática. Conjurar um encantamento é somente encantar, manipular palavras para mudar a consciência das pessoas.
Eu acredito que um artista ou escritor são o mais perto que você poderia chamar de um xamã no mundo contemporâneo. Creio que toda cultura deve ter surgido de um culto. Originalmente, todas as facetas de nossa cultura, sejam as ciências ou as artes, eram territórios dos xamãs. O fato, nos dias atuais, é que este poder mágico se degenerou ao nível de entretenimento barato e manipulação. É, eu penso, uma tragédia.
Atualmente, quem usa o xamanismo e a magia para dar forma à nossa cultura são publicitários. Em lugar de despertar as pessoas, o xamanismo é usado como um opiáceo, para tranquilizar as pessoas, para fazê-las mais manipuláveis. A sua caixa mágica da televisão, como suas palavras mágicas, seus slogans, pode fazer com que todos no país pensem nas mesmas palavras e tenham os mesmos pensamentos banais exatamente no mesmo momento."


O poder das palavras

"Um mago pode te amaldiçoar, coisa que poderia fazer com que tuas mãos movessem-se graciosamente ou poderia ter um filho com um pé de pau. Um bardo não te amaldiçoaria, faria uma sátira, coisa que poderia te destruir. Se fosse uma sátira brilhante, não te destruiria apenas aos olhos dos teus sócios, te detruiria ante aos olhos de tua própria família e te destruiria ante teus próprios olhos. E se fosse uma sátira finamente elaborada e muito astuta, o bastante para sobreviver e ser recordada durante décadas, inclusive por séculos, então anos depois de tua morte, as pessoas a leriam e ririam de ti, de tua ruína e do teu absurdo.
Os escritores e as pessoas que podiam controlar as palavras eram respeitados e temidos como gente que manipulava a magia.
Nos últimos tempos, creio que os artistas e escritores têm permitido serem vendidos, sendo levados pela maré. Aceitaram a crença dominante de que a arte e a escrita são apenas formas de entretenimento. Não são vistas como forças transformadoras que podem mudar um ser humano e uma sociedade. São vistas simplesmente como entretenimento, coisas com as quais podemos ocupar 20 minutos ou meia hora enquanto esperamos para morrer.
Não é o trabalho do artista dar ao público o que o público quer. Se o público soubesse o que precisa, eles não seriam o público, eles seriam o artista. É o trabalho do artista dar ao público o que ele precisa."

Mente, exploração e tradições espirituais

"Como seres humanos, habitamos dois mundos distintos e separados, duas paisagens. Habitamos o mundo físico, mas ao mesmo tempo sendo que nós só podemos experimentar verdadeiramente nossa percepção desse mundo, parece que na realidade nós mais vivemos em um mundo puro de consciência e ideias. E me supreende os territórios que devem existir neste espaço mental que devem ser compostos inteiramente de ideias e conceitos. Em lugar de ilhas e continentes devem existir grandes sistemas de crenças e filosofias. O marxismo pode ser uma ilha. As religiões judaico-cristãs podem constituir outras terras ou continentes.
As mentes humanas interagem, embora debilmente, de formas limitadas, com o espaço-ideia a cada momento do dia apenas para levar adiante nossas vidas. Se quer realmente ideias únicas, se é um artista ou inventor ou alguém que trabalha com ideias únicas e novas, deverá submergir diretamente nos subterrâneos, na profundidade do espaço-ideia para encontrar essas ideias que nunca foram pensadas antes.

Se assumirmos que o espaço-ideia ou algo assim existe, então podemos decidir que queremos explorar esse espaço. Seja por razões artísticas ou talvez por razões científicas ou talvez como magos, ocultistas. Agora, se estamos por nos aventurar neste território hipotético e mais ou menos desconhecido, parece sensato traçar mapas com as rotas feitas pelos exploradores anteriores. Agora, quando se fala em território da mente, e talvez do espírito, os únicos mapas disponíveis são os sistemas mágicos da antiguidade. Você está falando de sistemas como a Cabala, com seu mapa de qualquer estado humano concebível. Fala de sistemas como o tarot, um panteão de imagens arquetípicas que provêm a cartografia para um mapa da condição humana."

Personagens centrais e secundários

PERSONAGENS CENTRAIS

→ Bipo, o mágico
Características físicas: Homem | Velho | Corcunda | Esguio | Tosse | Aparentemente fraco/doente
Características psicológicas:
Estressado | Chato | Rabugento | Corajoso | Idealista | Fraternal/familiar | Eufórico | Tem poderes mágicos
Passado: infância permeada de cenas de circo dos horrores. Pai e mãe desconhecidos. Foi adotado pelas entidades circences - freak show.
Presente: vive na sua casa-trailler e viaja por diferentes povoados acolhendo criaturas peculiares.

Futuro: devido as oscilações de humor, terá atitudes de heroicas e também anti-heroicas. É o protagonista e o antagonista da trama. Encontrará com várias pessoas e elas lhe provocarão a tomada de atitudes inesperadas. Tenta conviver com seus transtornos (personalidade e humor).
Bipo é um mago branco - com o olhar sabe intepretar o que o anel de humor diz (irradia luz sobre uma situação difícil; realidade doente);


→ Bárbara, a mulher barbada
Características físicas: Mulher | Magra/esguia | Bonita | Elegante
Características psicológicas: Racional e lógica | Introvertida | Inteligente |  Baixa auto-estima | Perspicaz | Sensível | Presunçosa | Franca | Avarenta
Passado: Filha do homem cachorro (peludo); que sumiu num concerto de Chopin.
Presente: viver num trailler  e viaja com Bipo. Vive estudando música (violoncelo, violão e piano) e lendo livros. Tem teorias complexas sobre a vida. É extrovertida e compartilha seus conhecimentos, até que nasça um pêlo em seu queixo, quando volta-se para seu universo anterior.
→ Zé, o palhaço
Características físicas: Homem | Velho | Baixo | Magro | Grotesco | Poderes | Fraco e Franzino
Características psicológicas:  Emotivo e intuitivo| Introvertido e extrovertido quando necessário | Gentil | Conquistador | Pouca inteligência mas muita cultura |  Preguiçoso | Franco | Curioso | Bronco
Passado: filho do homem alfineteiro - morreu em uma das apresentações (engolindo uma espada).
Presente: É zelador do circo, “braço” direito de Bipo. Cuida dos animais e tem preferencia por conviver com Mirtes, uma avestruz que acompanha suas epifanias. Além de palhaço é faquir - deita-se sobre agulhas e anda sob o fogo (não sente dores).
Futuro: terá sonhos premonitórios. Tentará ajudar Bipo a ter mais paciência e conciliar suas mudanças repentinas de humor. É a voz da sabedoria.
→ Maximus, o homem mais forte do mundo
Características físicas: Homem | Jovem | Gordo | Forte
Características psicológicas: Racional e lógico | Afásico (não consegue pronunciar as palavras) | Obsessivo-compulsivo | Comilão
Passado: filho da mulher mais forte do mundo.
Presente: Irrita-se quando não é compreendido.
Futuro: como é incapaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo e fica irritado quando não consegue falar ou contar uma história, terá que aprender a ser paciente.

→ Caravana Casa
É o local onde vivem, também um portal de acesso a outras dimensões/cidades. Possui acoplado os traillers/quartos de Bipo (cheio de espelhos), Maximus (cheio de livros - biblioteca e poltrona),  Bárbara (com um piano e uma penteadeira) e Zé (celeiro), além de um bunker, uma torre de….

→ Anel do humor
Poderes básicos:
1 - Vidência – (Clarividência e clariaudiência): Capacidade de ver e ouvir as coisas invisíveis para os outros;
2. Premonição: Capacidade de prever o futuro, de profetizar;
3. Telepatia: Capacidade de se comunicar mentalmente à distância;
4. Telecinesia: Capacidade de mover objetos materiais sem neles tocar;
5. Teleplastia: Capacidade de produzir materializações, de plasmar e exteriorizar as ideias;
6. Astromância (Geomância): Capacidade de utilizar energias dos astros e para finalidades mágicas;
7. Anástasis: Capacidade de sair do corpo. Desdobramento e “Viagem Astral”.

Em situações extremas, decisivas, ou mesmo por iniciativa própria, o Anel do Humor muda de cor e lhe aponta, como um óraculo, o que fazer ou que caminho seguir com sua Caravana. Ao ser acoplado, à Caravana Casa (local onde vivem), o anel funciona com a chave para uma viagem no tempo para cidades/mundos ainda não explorados pelo circo itinerante.

PERSONAGENS SECUNDÁRIOS
→ Mirtes, a avestruz

→ Sidney, o elefante

→ Yin/Yang

→ Iogui